Por Sylvie Laffarge, diretora de Filantropia na Europa
Ada Lovelace criou o primeiro algoritmo de computador. Maria Telkes desenvolveu a primeira casa aquecida com energia solar. Zaha Hadid revolucionou a arquitetura do século XXI. Todas eram mulheres cujas contribuições à ciência, engenharia e arquitetura ainda podem ser sentidas hoje.
Neste Dia Internacional da Mulher, queremos ressaltar suas contribuições para a humanidade. Historicamente, o trabalho de mulheres pioneiras nos campos relacionados à ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês) muitas vezes tem sido negligenciado. Atualmente, também está claro que a sub-representação de mulheres em STEM significa que há poucos exemplos para as jovens seguirem. É por isso que precisamos fazer mais para promover as mulheres em STEM, as do passado e as do presente.
Os exemplos a seguir podem ter uma influência importante sobre se as mulheres jovens se interessam ou não pelas disciplinas STEM na escola e em carreiras relacionadas. De fato, uma pesquisa mostra que o número de meninas interessadas em STEM quase dobra quando elas têm modelos a seguir (41%) em comparação com aquelas que não têm (26%). Meninas com modelos a seguir também são mais apaixonadas por temas STEM e têm 15% mais chances de se imaginarem trabalhando em alguma das disciplinas STEM. Há muito trabalho a fazer para ajudar a resolver esse problema. Considere o seguinte: as garotas da Europa têm 50% mais probabilidade de imaginar primeiro um homem quando pensam em um profissional STEM, como um cientista ou engenheiro, do que as garotas dos EUA.
O tema da campanha do Dia Internacional da Mulher deste ano é #BalanceforBetter e convida mulheres e homens a pensar em maneiras pelas quais possamos promover a igualdade de gênero em todo o mundo. O problema da representação feminina igualitária na tecnologia se vê em âmbito internacional e, com o crescimento do foco em inteligência artificial, a questão tornou-se ainda mais pronunciada. Nos EUA, apenas 28% dos estudantes do ensino médio que fazem o exame Advanced Placement Computer Science são meninas. Em 35 países europeus, menos de 1 de cada 5 graduados em ciências da computação são mulheres.
Por que isso importa? Se as pessoas que trabalham em áreas relacionadas à tecnologia não são representativas das pessoas em nossas comunidades, as soluções que elas desenvolvem também não serão representativas.
Oferecer a meninas e jovens mulheres acesso a modelos STEM é um passo poderoso na direção certa para eliminar os estereótipos de gênero e deixar as garotas empolgadas com as oportunidades oferecidas pelo setor de tecnologia.
A partir de hoje, vamos realizar uma série de eventos #MakeWhatsNext na Europa, Oriente Médio e África para incentivar as meninas a desenvolverem habilidades tecnológicas e conhecer mulheres “de verdade” com carreiras altamente gratificantes em tecnologia. Esses eventos são projetados para apresentar às garotas as oportunidades de carreira na indústria de tecnologia e deixá-las trabalhar com tecnologia.
É ótimo ver filmes recentes de Hollywood retratando personagens femininas do STEM, como em Estrelas Além do Tempo, que conta a história das mulheres brilhantes da NASA que serviram como os cérebros por trás de uma das maiores operações da história: o lançamento do astronauta John Glenn em órbita. No entanto, acredito que nós, como pessoas comuns que trabalham nesta indústria, temos a responsabilidade de estimular o entusiasmo por assuntos STEM entre a próxima geração de mulheres.
Ada, Maria e Zaha podem ser algumas das inventoras e criadoras femininas mais conhecidas a emergir de nossas regiões, mas não foram as primeiras – e não serão as últimas. Vamos dar mais visibilidade aos modelos femininos!
