Como a IA está transformando a educação e o desenvolvimento de habilidades

Professora e três alunos conversam em sala de aula.

Por Jean-Philippe Courtois, vice-presidente executivo e presidente de Vendas, Marketing e Operações Globais da Microsoft

A inteligência artificial pode nos ajudar a resolver alguns dos desafios mais difíceis da sociedade e criar um mundo mais seguro, saudável e próspero para todos. Já compartilhei as emocionantes possibilidades nos campos da assistência médica e da agricultura em posts anteriores. Mas pode não haver área em que as possibilidades sejam mais interessantes – ou mais importantes – do que em educação e qualificação. Desde um aprendizado personalizado que aproveite a IA para adaptar métodos e materiais de ensino às necessidades de cada aluno, até notas automatizadas que liberam os professores do trabalho de avaliar testes para terem mais tempo de trabalhar com os alunos, a sistemas inteligentes que estão transformando como os alunos encontram e interagem com as informações, as oportunidades para melhorar os resultados da educação e a acessibilidade serão verdadeiramente transformadores.

Existem muitas salas de aula no mundo nas quais professores ensinam grupos muito diversos de estudantes de diferentes culturas, que falam vários idiomas. Veja a Escola Secundária Pública Dhour Shweir, no Líbano, por exemplo. Melhorou a interação acadêmica entre estudantes e educadores por meio de aplicativos como o OneNote e o Microsoft Teams, que fornece tradução em tempo real, permitindo que os alunos que falam idiomas diferentes se comuniquem. As ferramentas não apenas promovem colaboração e produtividade, mas também melhoram a interação entre os alunos e seus professores.

Também vimos o que mais o Teams pode fazer quando o professor australiano David Kellermann demonstrou recentemente como criou uma experiência de aprendizado única para seus estudantes universitários – desde o bot Question, que pode responder às consultas dos alunos por conta própria, até um painel do Power BI que mostra como as respostas dos exames dos alunos se comparam às dos colegas e ajuda a criar pacotes de estudos personalizados para testes futuros com base no desempenho anterior.

Estou intrigado com um novo assistente digital lançado recentemente pela Universidade Staffordshire, na Inglaterra. Chamado Beacon, ele foi projetado para ajudar a aliviar o estresse e a ansiedade que muitos alunos sentem em seu primeiro ano na universidade. Hospedado na plataforma de computação em nuvem Microsoft Azure, o Beacon aproveita o fato de que os estudantes de Staffordshire, uma das principais instituições de tecnologias digitais do Reino Unido, têm maior probabilidade de usar seu telefone celular para encontrar informações ou procurar ajuda do que falar com um professor ou procurar um membro da equipe da universidade.

Parte da fonte de informação e parte do treinador digital, Beacon responde a perguntas, sugere atividades nas quais os alunos podem se interessar, verifica seu humor e os apoia nos trabalhos escolares. Se o assistente digital detectar sinais de que um aluno está tendo problemas, poderá enviar um alerta a um membro da equipe da universidade capaz de oferecer ajuda. Ao fornecer informações sobre como cada aluno está se adaptando à vida universitária e criar uma ponte para oferecer rapidamente um apoio extra àqueles que precisam, a esperança é que ele reduza a taxa de evasão e ajude os alunos a prosperar.

A educação não termina na escola ou na universidade. No mundo de hoje, todos devemos estar preparados para continuar aprendendo e nos requalificando, à medida que o mundo do trabalho evolui.

Fora das instituições de ensino tradicionais, a IA também pode ajudar as pessoas a se requalificar ou adquirir novas habilidades – por exemplo, por meio da parceria da Microsoft com a Ashoka, uma organização global que apoia empreendedores sociais comprometidos a encontrar soluções inovadoras para os aspectos sociais, culturais e ambientais mais prementes da sociedade. Como parte da Tech for Good, iniciativa mundial da Microsoft, o cerne dessa nova parceria é a aceleradora Microsoft-Ashoka, programa projetado para promover um ecossistema de startups que aproveitam o poder da computação em nuvem e da inteligência artificial para lidar com problemas sociais e ambientais. Tive o prazer de conhecer Arnaud Mourot, codiretor da Ashoka Europa no início deste ano, para falar sobre o apoio a startups sociais promissoras. A Microsoft está fornecendo acesso à tecnologia, conhecimento de IA e nuvem e mentores que podem ajudar os empreendedores a criar soluções inteligentes baseadas em dados, conectar-se a mercados e muito mais.

Também participei da abertura das primeiras aceleradoras Microsoft-Ashoka na França e na Índia, onde estamos pilotando o programa. Entre os primeiros participantes do programa estão a Singa, uma organização que ajuda refugiados e os que procuram asilo a se conectarem com pessoas, serviços e oportunidades econômicas em seus países anfitriões; a Ipso Health, que trabalha para melhorar os sistemas de assistência médica e expandir o acesso a serviços de saúde de qualidade; e a Bibliotecas sem Fronteiras, que cria bibliotecas e fornece acesso a recursos de informação em zonas de conflito e áreas afetadas por desastres naturais.

Uma das coisas que mais gosto nesta nova parceria é o foco da Ashoka em programas para jovens e sua compreensão do valor que resulta de ajudar uma nova geração de jovens empreendedores a adquirir as qualificações, o conhecimento e a confiança que precisam para aplicar tecnologias avançadas à inovação social. Por meio do programa Youth Ventures, a Ashoka trabalhou com mais de 500.000 jovens em todo o mundo.

Também acredito firmemente no valor de orientar os jovens, e é algo em que estou ativamente envolvido com a Live for Good, fundação que minha família e eu criamos em 2015 para permitir que jovens de todas as esferas da vida alcancem seu pleno potencial por meio do empreendedorismo social e da inovação digital.

Uma das coisas mais importantes que aprendi é que o mundo está cheio de jovens talentosos que têm ideias brilhantes e um profundo desejo de criar um mundo melhor, mas que muitas vezes não têm acesso ao treinamento de habilidades, à tecnologia ou a mentores que possam fornecer a orientação fundamental que precisam para prosperar na escola e no trabalho. Atualmente, serviços baseados em IA, como o assistente digital Beacon da Universidade Staffordshire, e programas, como a aceleradora Microsoft-Ashoka, estão oferecendo oportunidades aos jovens para o obter o apoio necessário para prepará-los a seguir em frente, enquanto tecnologias como a IA estão criando novas maneiras de ter um impacto positivo.

Para mim, esse é provavelmente o aspecto mais inspirador e promissor da revolução digital – as portas estão se abrindo para todos nós prosperarmos e criarmos um mundo melhor.

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