Como os professores enfrentaram o desafio de tornar o aprendizado online envolvente e divertido

mulher sorrindo

Por Vanessa Ho, Microsoft Stories

Na sala de aula, Yaritza Villalba costumava transformar as aulas de história em eventos divertidos como batalhas de rap e bares clandestinos com cerveja e alunos vestidos como celebridades da década de 1920.

Para o ensino remoto, a professora do ensino médio da cidade de Nova York recorreu ao Flipgrid, uma ferramenta de compartilhamento de vídeo, para criar um senso semelhante de interação. Ela começou o ano se apresentando em um vídeo e pediu aos alunos que compartilhassem um vídeo álbum com músicas que expressassem seus sentimentos. Ela também pediu aos pais que compartilhassem suas habilidades para um show de talentos virtual, e recebeu vídeos de uma mãe cantando e um pai tocando piano. As imagens ajudaram a construir relacionamentos de uma forma que os e-mails e os telefonemas não conseguem fazer.

“Eu ensino alunos que são pais adolescentes, que vivem em abrigos, que lutam contra a negligência e foram presos”, diz Villalba sobre sua pequena escola pública que ajuda alunos de até 21 anos a obterem seus diplomas.

“Meu trabalho não é somente ensinar história a eles, mas fazer isso de uma maneira que eles saibam que são amados. Para isso eles precisam ver um rosto amigável e eu preciso ver seus rostos para saber a reação deles.”

Com o ano letivo em pleno andamento, os professores de todo o mundo estão se adaptando a formas completamente novas de ensinar e interagir com os alunos durante a pandemia. Embora muitos tenham feito carreiras em salas de aula com papel e caneta, eles agora estão encontrando um novo ritmo com aulas remotas e o trabalho virtual. Eles estão assumindo o grande desafio de reinventar suas aulas e dominar novas tecnologias para se conectar com os alunos e tornar a escola online um pouco mais divertida.

E, a medida que eles continuam a encontrar novas maneiras de realizar o ensino à distância, eles estão moldando o mundo global do aprendizado remoto e, possivelmente, as salas de aula do futuro.

A Research and Service High School, Villalba utiliza o Flipgrid para ensinar história de uma forma culturalmente responsável, conectando as lições ao que é significativo para os alunos. Recentemente, ela pediu para que fizessem um vídeo dando a uma figura histórica um superpoder, com opções para fazer uma narração usando uma câmera, fazer um filme ou um storyboard de uma história em quadrinhos.

Um aluno deu a Mohandas K. Gandhi os músculos do Incrível Hulk. Outro deu a Malcolm X o poder de controle da mente. “Meus alunos estão aprendendo de uma maneira que muitas pessoas não poderiam imaginar”, diz Villalba. “Quero que eles entendam que tudo é possível.”

Do outro lado do Atlântico, na Inglaterra, Angela Gillen se maravilha com o quão longe ela e seus colegas chegaram desde março, quando o campus foi fechado e eles aprenderam rapidamente a usar o Microsoft Teams para manter os alunos envolvidos.

“Estávamos tipo, ‘oh, o que é isso?’ e tentando ligar uma para a outra”, diz Gillen, uma líder curricular e professora do North Lindsey College, na cidade semi rural de Scunthorpe. “E agora veja onde estamos.”

Gillen, que supervisiona e ensina negócios, viagens entre outros temas, deixou de usar o Teams só para chamadas de vídeo entre professores e passou a usá-lo como uma plataforma de educação integrada e segura para orientações ao vivo, no horário de expediente e para planos de aula formais. É onde ela atribui, rastreia, recebe e avalia os conteúdos – um sistema simples que substituiu um processo antes complicado.

“É muito fácil para os alunos entregarem as tarefas no Teams”, diz Gillen. “É tudo centralizado. Recebo cerca de 300 e-mails por dia, então não tenho mais que vasculhar para buscar as tarefas.” Gillen considera o aplicativo Education Insights no Teams particularmente útil para monitorar a interação dos alunos com as atividades. A ferramenta a ajuda a identificar tendências como os hábitos noturnos de seus alunos, que costumam fazer o dever de casa a partir das 22h às 2 da manhã. Isso a ajuda a saber quando os alunos estão com dificuldades em casa –  ou com dificuldade em realizar uma tarefa especialmente difícil sem aulas presenciais regulares.

“Às vezes é difícil saber o que está acontecendo, por isso é importante que possamos ver os alunos no Teams e rastrear como estão se saindo”, diz Gillen. “O Insights é ótimo para ver quem entregou uma tarefa, quem a viu e quem nem começou. Com ela podemos individualizar o apoio e manter os alunos no caminho certo.”

Um professor de alfabetização digital no Brasil, Francisco Tupy há muito tempo é apaixonado pelo Minecraft: Education Edition para ensinar codificação, modelagem 3D, cultura e cidadania. Ele escreveu sua dissertação sobre o jogo para seu doutorado em comunicação e jogos aplicados. Com a UNESCO, ele desenvolveu o History Blocks, um projeto para recriar locais do patrimônio mundial em ruínas no Iraque, Síria e Afeganistão usando o jogo como ferramenta.

Tupy agora está usando o Minecraft: Education Edition para tornar as aulas remotas mais divertidas e interessantes. Em vez de dar palestras olhando para a câmera, ele costuma usar o seu jogo favorito.

“Procuro motivar meus alunos a prestarem atenção, não só pelo conteúdo, mas como um modo de vida”, diz Tupy, que leciona no Colégio Visconde de Porto Seguro, escola particular comprometida com uma ampla e sólida formação pluricultural e plurilinguistica para alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio em São Paulo.

Para uma lição sobre etiqueta online, ele construiu uma jornada do Minecraft de um herói silenciando seu próprio microfone e trabalhando bem com os alunos. Para uma aula de engenharia nuclear, seu avatar vagou dentro de um laboratório nuclear virtual com cientistas de jaleco branco. “No Minecraft, cada jogo, cada salvamento, cada mundo é um grande banco de ideias e criatividade”, diz ele. “Isso abre o porta para o conhecimento.”

O professor Luis Oliveira relembra a dor de vir de Portugal para os Estados Unidos como um menino que não entendia inglês. Ele se lembra da angústia de ser um estranho sem capacidade de se expressar. É por isso que ele trabalha muito e usa a tecnologia para ensinar inglês aos alunos da Middletown High School, em Rhode Island. “Quero que os alunos sejam incluídos”, diz Oliveira, que também é diretor de artes unificadas da escola. “Eu quero que eles tenham voz.”

Ferramentas que ajudam seus alunos a praticar e participar tornaram-se ainda mais importantes com o momento atual de aulas remotas e presenciais em sua escola. Como seus alunos costumam ser tímidos com relação ao idioma, Oliveira pede que gravem as tarefas no Flipgrid em vez de fazê-los falar na frente a classe. Ele usa o recurso MixTapes da ferramenta para compilar vídeos que mostram seu progresso.

“Posso dizer mil vezes a eles que seu inglês está melhorando, mas precisam ver para acreditar”, diz ele. “Posso dizer: ‘veja o seu vídeo em setembro. Você estava falando em espanhol. Agora, em março, você está usando o inglês com mais descrições. ‘É aí que a mágica acontece.”

Seus alunos consideram o Immersive Reader uma ferramenta para melhorar a leitura e a escrita, um “salva-vidas” com seu dicionário de imagens e recursos para narração, tradução e destaques de sílaba. A ferramenta gratuita é integrada ao Teams, Outlook, ao navegador Edge e outros aplicativos.

Os alunos de Oliveira também gostam quando ele usa o Microsoft Translator, um aplicativo de tradução, para falar em seu idioma, que inclui espanhol, português, árabe, japonês e indonésio.

Ultimamente, ele tem feito experiências com legendas traduzidas ao vivo no PowerPoint, que fornecem legendas em tempo real da apresentação de um palestrante em um idioma escolhido. A ferramenta pode ajudar seus alunos a entender apresentações em inglês e fazer apresentações em sua língua nativa.

“A mágica é simples. Permite que os alunos entendam o que está acontecendo nas aulas que são em inglês”, diz Oliveira. “E se você estiver em estudos sociais e seu professor quiser que você faça uma apresentação sobre a guerra civil dos EUA, você pode fazer em espanhol ou árabe. O material é o mesmo.”

Kiran Bala estava nervosa sobre dar sua primeira aula online quando a Escola Pública Kamla Nehru, na Índia, começou o ensino remoto em abril. Ela não tinha muita experiência em tecnologia digital. Passaram-se apenas alguns meses desde que seu diretor a chamou ao escritório e exigiu ver seu telefone como prova de que Bala havia instalado o Teams conforme as instruções. Bala não tinha e rapidamente baixou o aplicativo enquanto estava na frente de seu chefe.

Como professora de inglês, Bala esperava ver seus quase 200 alunos online naquele primeiro dia. Então ela soube que a ligação teria ainda mais pessoas. Sua escola convidou diretores e alunos de outras escolas para assistir às aulas. “Você pode muito bem imaginar as borboletas no meu estômago,” diz Bala brincando.

Oito meses depois, ela passou a se sentir confortável ensinando online. Ela começa cada aula com uma meditação e as registra para ajudar os alunos a revisarem o material. Ela organiza visitas online para checar o bem-estar deles e para que possam compartilhar suas canções favoritas de Punjabi e clipes de filmes de Bollywood, comemorar aniversários e dançar. Eles costumam usar um recurso chamado de modo Juntos, que mostra os participantes como se estivessem sentados um ao lado do outro, para que pareça ainda mais uma sala de aula.

“Estamos sentindo muita falta da escola”, diz Bala sobre seus alunos, que são, em sua maioria, alunos da primeira geração de vilas agrícolas próximas na região de Punjab. “Às vezes ligamos as câmeras e apenas conversamos casualmente com uma xícara de café ou chá. Não falamos sobre estudo em nossas chamadas com foco em bem-estar.”

Ela percebeu que o ensino à distância tornou as aulas mais inclusivas para alunos que têm dificuldade para falar pessoalmente. Eles costumam achar mais fácil participar usando o botão “levantar a mão” do Teams ou digitando comentários e perguntas na janela de bate-papo. “Agradecemos o aplicativo Teams porque ajuda a incluir mais alunos”, diz Bala. “Somos gratos por todos os recursos.”

Professora por 17 anos, ela dá créditos à escola, ao diretor e à tecnologia por ajudá-la a aprender as habilidades do século 21 e dar a ela a oportunidade de apoiar os alunos, além de ajudá-los a mantê-los engajados e aprendendo em uma época tão desafiadora.

“Sinto que cresci no que diz respeito ao meu desenvolvimento profissional”, diz ela. “E hoje faço parte dessa jornada de aprendizado remoto bem-sucedida da minha escola.”

Saiba mais sobre recursos educacionais na página da Microsoft para ensino à distância e remoto.

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