Distrito Federal passa a usar inteligência artificial para apoiar gestão de recursos hídricos e evitar racionamentos

Vista do Reservatório do Descoberto, no Distrito Federal.
Com o uso de nuvem e IA, a Adasa implementou um sistema de análise histórica e preditiva para melhorar a gestão da água na região e evitar racionamentos em períodos de estiagem

Responsável pela gestão dos recursos hídricos no Distrito Federal, incluindo os reservatórios que abastecem a população, a Adasa (Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do DF) tem um desafio complexo: gerenciar os usos e os níveis de água para evitar conflitos em períodos de estiagem ou mesmo um novo racionamento. Para lidar com esse cenário, a Adasa passou a contar recentemente com o apoio da Inteligência Artificial na nuvem Microsoft para monitorar cenários e se antecipar a possíveis crises hídricas no DF.

Para fazer uma análise preditiva sobre os próximos períodos secos, a Adasa tem utilizado sensores instalados em diferentes pontos para medir os níveis de água em rios e reservatórios, bem como os índices de chuvas, com medições programadas para cada 15 minutos. Em seguida, essas informações são transmitidas via satélite ao Banco de Dados SQL Server da Adasa, instalado na nuvem Microsoft Azure.

Na sequência, esses dados são processados de forma automática e transferidos para diversos Painéis do Analytics Microsoft Power BI, ferramenta de análise de dados da Microsoft. Por meio do Power BI é possível realizar análises programadas, tais como a comparação das medidas coletadas em tempo real com dados de uma série histórica com mais de 30 anos de registros. Isso permite a avaliação de contextos, percepção de tendências e a projeção de possíveis cenários de comportamento propiciando, por exemplo, a antecipação de períodos de restrição hídrica. Assim, os especialistas têm acesso a relatórios completos e interativos sobre cada reservatório e determinados rios atualizados com frequência horária, inclusive, com a emissão de alertas caso os dados indiquem algum risco de conflito pelo uso da água.

Desde 2009 a Adasa instala sensores em campo para monitorar a chuva, a vazão e os níveis dos reservatórios do Distrito Federal. Contudo, até 2017, só se tinha acesso aos dados quando a equipe ia ao campo, a cada dois ou três meses. A instalação de 16 sensores com transmissão de dados via satélite, associada ao uso do Power BI e de recursos de nuvem, permitem que hoje não só a visualização dos dados seja feita em tempo real, mas, com base no histórico de chuvas e vazões da região, seja possível fazer análises preditivas capazes de apoiar a tomada de decisão antes mesmo do período de estiagem no DF.

De acordo com Geraldo Alves Barcellos, responsável pelo serviço de tecnologia da informação da Adasa, “antes de começar a utilizar o Power BI, esse histórico de mais de 30 anos de dados era menos utilizado pela equipe da Adasa, pois não se tratava de um processo automático a sua comparação com novos dados medidos e o seu uso como base de predição de cenários”. Com a experiência adquirida, outras 30 estações automáticas com transmissão de dados via satélite estão sendo instaladas pela Adasa.

Além apoiar o trabalho de gestão e monitoramento dos recursos hídricos, informações geradas são disponibilizadas para o público por meio do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos do Distrito Federal – (SIRH), disponível no site da Adasa. Desde que o SIRH foi implantado, em 2017, o número de acessos contabilizados até julho 2019 foi de aproximadamente 5 milhões, vindos de todos os continentes, totalizando 99 países. Em determinado momento, chegou-se a 20 mil acessos por dia.

“Casos como o da Adasa demonstram que o setor público tem uma enorme riqueza de dados que, por meio de tecnologias como a nuvem e a Inteligência Artificial, pode ser aproveitada para melhorar a gestão de recursos nas mais diversas frentes. Acreditamos na expansão de projetos como o da Adasa, atingindo outras regiões do Brasil e outras áreas nas quais a tecnologia possa beneficiar a população”, afirma Djalma Andrade, vice-presidente de vendas para o Setor Público da Microsoft Brasil. Atualmente, a Adasa concentra todos os seus servidores hospedados no Microsoft Azure, enquanto o Office 365 é utilizado no dia a dia das equipes da instituição.

Para o diretor da Adasa, Jorge Werneck, essas e outras ferramentas têm sido fundamentais para a implantação do Projeto ADASA 4.0, que busca a transformação digital da instituição, gerando maior eficiência nas ações da Adasa e melhor prestação de serviço à sociedade. No caso do SIRH, por exemplo, a empresa está avançando rapidamente na Gestão INTELIGENTE dos Recursos Hídricos (SMART Water Management). “Queremos que a transformação de dados em informação útil à gestão seja feita de forma rápida e segura, o que também nos permitirá melhor comunicação com a sociedade e maior transparência em nossos serviços”, destaca o diretor.

Sobre a Microsoft

A Microsoft habilita a transformação digital na era da nuvem inteligente e da fronteira inteligente. Sua missão é empoderar cada pessoa e cada organização no planeta a conquistar mais. A empresa está no Brasil há 30 anos e é uma das 110 subsidiárias da Microsoft Corporation, fundada em 1975. Desde 2003, a empresa investiu mais de R$ 600 milhões levando tecnologia gratuitamente para 3.191 ONGs no Brasil, beneficiando vários projetos sociais. Entre 2011 e 2017, a Microsoft já apoiou mais de 6.200 startups no Brasil, com investimento superior a US$ 219 milhões em créditos em nuvem.

Imagem do alto: Vista do Reservatório do Descoberto, no Distrito Federal. (Foto de Tony Winston/Agência Brasília)

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