Identidade digital: a chave para dar mais controle ao usuário e diminuir burocracias 

homem sorrindo mexendo no celular

Por Brandon Murdoch,engenheiro principal do time de Identidade Digital da Microsoft  

No mês passado, tive o prazer de participar de um painel virtual na edição on-line da 6ª Semana da Inovação da ENAP (Escola Nacional de Administração Pública) no Brasil. Junto com representantes do governo brasileiro, acadêmicos e executivos de empresas de tecnologia, discutimos as oportunidades e armadilhas apresentadas pela identidade digital. 

Os documentos de identidade, desde simples pedaços de papel até passaportes sofisticados, permitem que uma pessoa faça declarações sobre si mesma, permitindo-lhe continuar sua vida diária. Desde viajar e dirigir até comprar mercadorias, esses documentos agem como indicadores para processos que um indivíduo concluiu – passar em um teste de direção resulta na emissão de uma carteira de motoristapassar por uma faculdade gera um diploma e para provar a cidadania utiliza-se um passaporte. A confiança nesses processos e a transferência de confiança possibilitada por esses documentos se tornaram uma parte central de nossa sociedadeÀ medida que os governos buscam a inclusão social e impulsionam a eficiência, a tecnologia digital emergente tem a oportunidade de atender a essas necessidades de uma maneira que respeita a privacidade e é centrada no usuário. 

Quando pensamos no uso de identidades digitais, podemos imaginar o caso de uma biblioteca, por exemplo, em que o usuário pode apresentar um documento digital armazenado em seu smartphone como prova de que é um estudante em uma determinada faculdade credenciada para poder pedir um livro emprestado na recepção. Esta informação será confirmada consultando os servidores da universidade e em questão de segundos o processo estará realizado. Depois de pegar o livro emprestado, o usuário pode remover o acesso da biblioteca à sua identidade. Isso permite que o usuário tenha controle total de seus dados. A missão da Microsoft é capacitar cada pessoa e cada organização no planeta para alcançar mais e a identidade digital é uma solução que traduz nossa missão nesse sentido, garantindo capacitação aos usuários. 

Em casos governamentais, recomendamos que os representantes dos países se reúnam com fornecedores e especialistas em tecnologia para discutir as possíveis soluções a serem adotadas, garantindo sistemas seguros e confiáveis. Acreditamos que esta é uma discussão ampla e que deve ser debatida por representantes de organizações públicas e privadas para garantir que tenhamos sistemas que sejam satisfatórios para todos. 

A Microsoft está colaborando ativamente com os membros da Decentralized Identity Foundation (DIF), do W3C Credentials Community Group e da comunidade de identidade em geral. Junto com esses grupos, queremos identificar e desenvolver padrões. Estamos desenvolvendo uma rede de utilitários de identidade descentralizada que funciona em cadeias públicas existentes para uso em escala global. O objetivo desta implementação é estabelecer um ecossistema unificado e interoperável em que desenvolvedores e empresas possam confiar para construir uma nova onda de produtos, aplicativos e serviços que colocam os usuários no controle, sem que suas credenciais pertençam à entidade A, B ou C, mas ao indivíduo. 

No Reino Unido, participamos do piloto de um sistema de identidade digital para o Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês). O NHS queria explorar um sistema de identificação para médicos em que eles pudessem oferecer as informações necessárias por meio de uma credencial digital em um dispositivo móvel com o objetivo de aumentar a mobilidade do médico entre hospitais. 

Nossa vida social está cada vez mais ligada ao digital e, muitas vezes, compartilhamos tantas informações com diferentes organizações que não temos mais controle total sobre esses dados. Na Microsoft, acreditamos que a privacidade é um direito fundamental das pessoas e temos o compromisso de construir uma sociedade digital que capacite todos e todas a escolher como, quando e com quem desejam compartilhar suas informações. Isso, sem dúvida, depende do trabalho conjunto que temos feito com diferentes organizações no tema da identidade descentralizada e esperamos compartilhar mais detalhes sobre nosso progresso nos próximos meses. 

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