Inspirando meninas a seguir carreira em ciência e tecnologia e mudar o mundo

Por Mary Snapp //

Recém-graduada na universidade, meu primeiro trabalho foi falar em escolas de ensino médio em todo os EUA para inspirar os alunos a seguir carreiras nos campos da ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês). Como parte desse programa, chamado Previews of Progress, eu demonstrei “novas” tecnologias em áreas como lasers, motores de turbina e hidráulica para animar os alunos sobre as possibilidades. O mundo, e a STEM, certamente mudaram desde então, e eu sorrio agora ao pensar sobre o amplo uso que as pessoas fizeram dessas antigas maravilhas (para não mencionar meus terninhos dos anos 1970)!

Atualmente, só os avanços surpreendentes da tecnologia nos trouxeram a computação pessoal, a internet e os smartphones. Mas algumas coisas não mudaram. Apesar de seus sonhos, interesse e potencial, ainda há poucas meninas que procuram aprender STEM, e muito poucas mulheres seguem carreiras nesses campos.

Estamos plenamente conscientes da necessidade de eliminar a distância entre os sexos na indústria tecnológica e em todos os campos da STEM. De acordo com o Departamento de Comércio dos EUA, atualmente as mulheres ocupam menos de 25% dos empregos envolvendo ciência, tecnologia, engenharia e matemática. E, globalmente, apenas 16% das estudantes do sexo feminino graduam-se em cursos STEM, de acordo com o Fórum Econômico Mundial. Isso precisa mudar.

A representação igualitária das mulheres no setor de tecnologia, e em todos os campos STEM, não é apenas uma questão de justiça. Nossas economias e nossas sociedades perdem quando deixamos de engajar metade dos cérebros do mundo em nossos motores de inovação. Esta tendência continuará se não investirmos nosso tempo, energia e recursos numa série de áreas importantes.

Em primeiro lugar, porque as pesquisas continuam a demonstrar que os modelos femininos são cruciais para inspirar as garotas a permanecer na STEM, temos de celebrar as muitas contribuições das mulheres. Recentemente, o filme indicado ao Oscar “Estrelas além do tempo” trouxe à luz a história incrível de três mulheres afro-americanas cujo trabalho na NASA foi fundamental para ganhar a corrida espacial na década de 1950. Até este filme, sua história estava quase perdida. Os papéis das mulheres em empreendimentos desse tipo frequentemente não são reconhecidos.

Então, não é nenhuma surpresa que, porque as garotas não se veem refletidas como cientistas, engenheiras, matemáticas e tecnólogas no mundo ao seu redor, muitas não acreditam que possam prosseguir carreiras nesses campos. Eliminar a diferença de gênero exige que desafiemos e mudemos essas normas culturais.

Para isso, a Microsoft lançou um novo movimento no ano passado chamando as meninas para o #MakeWhatsNext. A campanha provoca a conscientização sobre as questões que levam as meninas a abandonar ou perder o interesse pelas disciplinas de STEM e pretende despertar o entusiasmo de poder mudar o mundo – se elas continuarem envolvidas.

A resposta ao #MakeWhatsNext no ano passado foi incrível. Com mais de 14 milhões de visualizações do vídeo em todos os canais sociais, fica claro que a paixão das meninas é reforçada quando veem modelos femininos que criaram inovações usadas em nossa vida cotidiana. Como o lema diz, “Se você vê, você pode ser”.

Com o Dia Internacional da Mulher 2017, avançamos numa nova etapa da campanha. Lançamos um novo vídeo para desafiar as meninas a persistir em STEM para que elas tenham o poder de resolver os problemas que mais preocupam, desde encontrar soluções para a mudança climática até curar o câncer.

Além disso, para ajudar a mudar as percepções sobre empregos STEM, a Microsoft e o LinkedIn lançaram uma nova ferramenta, o Explorador de Carreira, em conjunto com a campanha para demonstrar como as meninas podem seguir suas paixões entre setores e causas sociais. Até 2018, estima-se que 2,4 milhões de vagas STEM ficarão sem preenchimento. O Explorador de Carreira é uma ferramenta que mostra a meninas e mulheres diferentes maneiras em que conhecimentos de ciências, tecnologia, engenharia e matemática são demandos e inspirá-las a perseguir suas paixões, talentos e habilidades nestas áreas.

Em segundo lugar, temos de aumentar o acesso ao aprendizado de ciência da computação. A educação é uma alavanca fundamental para capacitar a nova geração, mas hoje apenas metade de todas as escolas nos EUA oferecem um currículo de ciência da computação. Em parte como consequência disso, somente 6,7% das meninas americanas vão se graduar em cursos de STEM, de acordo com o BestColleges.com. Entre as nossas iniciativas para enfrentar esse desafio, a Microsoft oferece oportunidades e recursos gratuitos de aprendizado de ciência da computação ao longo do ano, por meio de parceiros como Boys and Girls Clubs of America e Girls Who Code, para alcançar estudantes de todas as idades através do nosso programa YouthSpark. Mais de 80% dos estudantes que se beneficiam das iniciativas YouthSpark no mundo inteiro pertencem a comunidades carentes, e mais de metade são mulheres.

Em terceiro lugar, o setor deve ser mais ativo. Como compartilhamos em nossa atualização demográfica mais recente da força de trabalho, estamos trabalhando para eliminar a diferença de gênero na Microsoft. Estamos dedicando recursos para recrutar talentos femininos de primeira linha em funções técnicas, ao mesmo tempo em que trabalhamos para capacitar as mulheres a assumir papéis STEM e de liderança no setor de tecnologia.

Em quarto lugar, devemos apoiar as inventoras. Atualmente, as mulheres detêm apenas 7,5% de todas as patentes e representam apenas 15% de todos os inventores – nesse ritmo, serão necessários mais 140 anos para que as mulheres obtenham a paridade com seus colegas do sexo masculino. Em resposta, há um ano, a Microsoft lançou um Programa de Patentes para incentivar a criação de patentes. O programa visa eliminar várias barreiras à apresentação de patentes, incluindo orientação jurídica e financiamento, um passo importante para capacitar as mulheres a transformar suas ideias brilhantes em empresas. Entre os beneficiários está um grupo de seis jovens que inventaram o primeiro conversor de texto em braille em tempo real do mundo.

Iniciamos um movimento para inspirar as meninas, além dos pais, educadores e organizações sem fins lucrativos que as incentivam e apoiam, para o #MakeWhatsNext. Com mais incentivo e esforço concentrado, podemos enfrentar as barreiras que têm mantido as meninas fora da ciência, tecnologia, engenharia e matemática por muito tempo. Esperamos que você se junte a nós para ampliar esse movimento, compartilhando essas histórias e recursos inspiradores com seus amigos e familiares.

Mary Snapp é Vice-presidente Corporativa e Diretora da Microsoft Philanthropies.

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