Por Elena Branet //
Imagine seus filhos criando e lançando seus próprios satélites. O que eles poderiam inventar se pudessem tirar fotos do espaço, estudar as estrelas e planetas e monitorar desde dados sobre o clima até condições de saúde aqui na Terra?
Atualmente, a tecnologia de satélites combinada com a computação em nuvem pode estender o alcance de nossa capacidade de explorar o mundo ao nosso redor ao capturar dados do ambiente e nos ajudar a obter insights. Algo que já foi domínio exclusivo de governos e algumas poucas corporações, a exploração espacial e do ambiente por meio de dados recentemente se tornou uma realidade para centenas de jovens no AzureCraft, um evento de dois dias da comunidade de tecnologia, realizado na sede da Microsoft do Reino Unido, reunindo desenvolvedores e estudantes para uma experiência direta com uma variedade de tecnologias, incluindo satélites pequenos e de baixo custo, chamados de nanossatélites, movidos a Internet das Coisas (IoT).
Usando os sensores de um Satellite MicroKit, um kit de nanossatélite construído com um BBC micro:bit, crianças e desenvolvedores no AzureCraft exploraram aplicações inovadoras utilizando os dados que eles coletaram dos nanossatélites. A primeira fase do projeto tornou a tecnologia de satélites acessível e mostrou às pessoas como coletar e analisar dados para construir um experimento IoT.
O projeto é uma iniciativa da Satellite Applications Catapult, uma empresa independente de inovação e tecnologia que está trabalhando para inspirar a próxima geração de engenheiros espaciais, cientistas e empreendedores. Com apoio da Microsoft, o projeto chegou ao seu primeiro marco com a criação e o desenvolvimento do primeiro conjunto de MicroKits fáceis de usar. Cada kit mede aproximadamente cinco centímetros e inclui uma câmera, um compasso eletrônico, um sensor de temperatura, um sensor de luz infravermelha e ultravioleta e um leitor de cartões micro SD que permite aos usuários salvarem os dados.
Os estudantes viram como é possível controlar os nanossatélites usando um app de controle de missão em seus smartphones, agregando e mostrando os dados que eles coletaram utilizando a plataforma de nuvem Microsoft Azure. A próxima fase do projeto irá olhar como a Satellite Applications Catapult pode tornar essa tecnologia disponível para o público por meio do suporte da comunidade.
A esperança é que o MicroKit inspire a próxima geração de desenvolvedores a criar uma variedade de projetos que levarão a um melhor entendimento do espaço e da Terra. Usando dados do infravermelho, por exemplo, os estudantes podem desenvolver um sistema de alerta que ajudará fazendeiros a melhorar a qualidade de suas plantações. Considerando que as plantas mostram sua situação até sete dias antes por meio do espectro infravermelho do que com a luz visível, os fazendeiros podem usar esses dados para revisar a saúde de sua plantação, podendo agir mais rapidamente em caso de problemas. Da mesma forma, estudantes podem criar apps que mapeiem mudanças de clima, previnam secas, prevejam terremotos – tudo isso ao obter dados de sensores IoT enviados ao espaço. Um estudante que participou do AzureCraft disse: “Será um projeto incrível e vai encontrar essas pessoas que realmente têm o potencial de mudar o mundo.”
O objetivo final do projeto é ampliar o interesse dos estudantes em computadores e ciência ao mesmo tempo em que observações do espaço transformam nosso entendimento sobre a Terra, nosso sistema solar e o universo. Stuart Martin, chefe-executivo da Satellite Applications Catapult, afirma: “A oportunidade de tornar a tecnologia de satélites acessível a todos é animadora. As tecnologias do futuro construirão uma nova geração de negócios digitais que aproveitarão essa oportunidade em diversas áreas”.
Para saber mais, assista o vídeo Nano Satellite Project ou acesse http://Buildubo.co.uk. Para mais informações sobre como o poder da IoT pode transformar sua organização, visite www.InternetofYourThings.com.
Elena Branet é líder de IoT e Dados.
