Escrito por Jenny Lay-Flurrie – Diretora de Acessibilidade
Muitas vezes nos perguntam qual é o segredo da abordagem de acessibilidade e inclusão na Microsoft. A resposta é simples: nós gerenciamos isso como um negócio. Como em qualquer negócio, ele precisa ser gerenciado e medido ativamente para garantir que continue a crescer e a se manter saudável. Para ajudar outras organizações a seguir o mesmo caminho, gostaria de aprofundar um pouco mais em nosso modelo, na esperança de que você possa adaptar o que aprendemos e adaptá-lo ao propósito da sua empresa para aumentar a acessibilidade de uma maneira sustentável, integrada à sua cultura.
Acessibilidade é uma jornada. Em 2016, percebemos que precisávamos evoluir nossa abordagem de acessibilidade e, por isso, decidimos reconstruir nosso programa de acessibilidade para toda a empresa de maneira mais sistemática, o que nos permitiu medir o progresso e estabelecer metas. Começamos estudando as melhores práticas em modelos de maturidade – o Modelo de Capacidade Carnegie Mellon e o Modelo de Maturidade de Acessibilidade Digital de Nível de Acesso. A sabedoria desses modelos foi discutida pela Equipe de Liderança de Acessibilidade da Microsoft, que considerou as dimensões e critérios que funcionariam para a Microsoft. Isso levou ao desenvolvimento do Modelo de Evolução de Acessibilidade (MEA), que estamos usando e aprimorando há mais de quatro anos. O uso desse modelo nos permitiu entender o crescimento ano a ano, por divisão e função, e acompanhar o progresso para gerenciar a acessibilidade como um negócio.
O modelo define o nível de desenvolvimento de uma organização para lidar com um problema de negócios, como a acessibilidade, e inclui um conjunto de níveis estruturados que descrevem quão bem os comportamentos, práticas e processos de uma organização podem produzir de maneira confiável e sustentável os resultados desejados.
O MEA é composto por oito dimensões abrangentes, pelas quais avaliamos nossa jornada de acessibilidade. Pessoas e Cultura, Visão, Estratégia e Engajamento, Investimentos, Padrões, Treinamento, Suporte e Ferramentas, Aquisições, Ciclo de Vida de Desenvolvimento de Produtos e Vendas, Marketing e Comunicação. Percebemos que cada organização tem seu próprio ritmo e ponto de partida, e você pode ter seus próprios critérios, mas o ponto de partida para a construção de uma cultura de acessibilidade e inclusão de deficiências é “Pessoas”.
Na Microsoft, abordamos a inclusão em tudo o que fazemos e consideramos a deficiência uma força. Quanto mais você focar e adotar essa abordagem, mais sua cultura irá melhorar e evoluir. Começa realmente contratando pessoas com deficiência e capacitando esse talento como parte integrante da sua organização. A missão da Microsoft é capacitar todas as pessoas e organizações para alcançar mais. Portanto, a inclusão de pessoas com deficiência está profundamente conectada aos principais objetivos da nossa empresa. Ao capacitar talentos com deficiências, obtemos experiência que nos permite criar produtos e serviços que refletem as diversas necessidades de nossos clientes globais. Nosso foco em programas de contratação inclusivos, incluindo o Autism Hiring Program, está no centro da construção de uma organização de sucesso a longo prazo. Além disso, é importante que todos os funcionários sejam treinados em acessibilidade e entendam o porquê e como ser inclusivo usando a acessibilidade. Criamos um ‘Selo de Acessibilidade em Ação’ para nossos funcionários, 90 minutos de conteúdo virtual online para destacar como a tecnologia pode capacitar todos. Depois de receber muitos feedbacks positivos, criamos um programa semelhante para outros empregadores, organizações sem fins lucrativos e consumidores, que acompanham nossos funcionários, lançado em maio deste ano. Invista seu tempo para concluir hoje o caminho de aprendizado dos fundamentos da acessibilidade no Microsoft Learn e considere como um treinamento semelhante pode beneficiar sua organização.
O MEA nos ajudou a entender a maturidade do nosso Ciclo de Vida de Desenvolvimento de Produtos. Como empresa de tecnologia, isso é imprescindível, mas os mesmos princípios se aplicam a todas as empresas, independentemente de qual seja seu “produto”. Essa dimensão se concentra em como planejar, projetar, codificar, criar e implantar, testar e receber feedback, para garantir que os requisitos sejam incorporados ao ciclo de vida do desenvolvimento e que a acessibilidade faça parte dos processos normais de engenharia. Embora muito disso esteja inserido em nossos processos formais, também estamos cientes da necessidade de continuar em inovação e criatividade dentro da tecnologia. É importante configurar processos repetíveis, além de fornecer flexibilidade nas equipes de engenharia, principalmente nas fases de projeto. Examinando os cinco níveis do ciclo de vida do desenvolvimento, exploramos o modo reativo, no qual as equipes aprendem acessibilidade, testam, localizam e corrigem bugs – completamente reativas. À medida que crescemos na maturidade, começamos a ver as atividades proativas, como análises de especificações com lentes inclusivas. Isso reduz as correções reativas de bugs e nos permite “mudar para a esquerda”, o que significa mover as lentes e ações de acessibilidade rio acima para as fases conceituais e de design e, mais importante, ouvir as necessidades do usuário. Um exemplo excelente e oportuno disso são os recursos de acessibilidade no Microsoft Teams, incluindo planos de fundo personalizados e legendas ao vivo. Esses recursos surgiram de um de nossos engenheiros da comunidade de surdos, que viu uma oportunidade de melhorar o produto, o que resultou em recursos que agora são amplamente utilizados para colaboração. De fato, vimos um aumento de 30 vezes no uso de legendas de fevereiro a abril deste ano, com mais e mais pessoas aproveitando o recurso para colaborar globalmente como resultado da pandemia.
Lembre-se de que não existe uma abordagem única para criar uma cultura sustentável de acessibilidade. Você precisará adaptar seu programa de acordo com a dinâmica da sua organização para garantir que ele seja incorporado ao seu DNA e, o mais importante, como parte de como você administra seus negócios. Você precisará desenvolver o modelo à medida que amadurecer e aprender quais fatores e dimensões impulsionam o crescimento. Ainda temos um longo caminho a percorrer em nossa jornada, mas nossa esperança é que, compartilhando mais sobre nossa jornada e como o Microsoft MEA nos ajudou a amadurecer a acessibilidade na Microsoft, forneça um guia e um modelo operacional para aprender e acelerar sua jornada, não importa o seu ponto de partida.
Há muito mais que queremos compartilhar que não pode ser abordado no formato deste blog. Por isso, incentivamos você a conferir os recursos que disponibilizamos no site Microsoft.com/Accessibility.
