Um passo importante para a paz e a segurança no mundo digital

Por Brad Smith, presidente da Microsoft

Emmanuel Macron em Paris
Emmanuel Macron, presidente da França, anuncia na sede da UNESCO, em Paris, o Chamado de Paris para a Confiança e a Segurança no Ciberespaço. Foto: Brian Smale / (c) Microsoft

 

O presidente francês Emmanuel Macron lançou, no dia 12 de novembro último, um esforço global entre governos, empresas e sociedade civil para se proteger das ameaças à infraestrutura digital que utilizamos no nosso cotidiano. Temos orgulho de ser um dos 370 signatários do Chamado de Paris para a Confiança e a Segurança no Ciberespaço. São 51 governos, incluindo todos os 28 membros da União Europeia e 27 dos 29 membros da OTAN. Também participam governos importantes de outras partes do mundo, como Japão, Coreia do Sul, México, Colômbia e Nova Zelândia.

O Chamado de Paris é um passo importante no caminho para a paz digital, criando uma base mais sólida para o progresso futuro. Apela a fortes compromissos em apoio a princípios claros e normas para proteger os cidadãos e a infraestrutura civil de ciberataques sistêmicos ou indiscriminados. Da mesma forma, exige que governos, empresas de tecnologia e organizações não-governamentais (ONGs) trabalhem em conjunto para proteger nossas democracias e processos eleitorais das ameaças cibernéticas de Estados-nação.

O Chamado de Paris abre novos caminhos, reunindo uma ampla e inédita gama de colaboradores para apoiar estes passos. Seus signatários incluem mais de 200 companhias e associações empresariais, abrangendo empresas de tecnologia de ponta, como Microsoft, Google, Facebook, Intel, Ericsson, Samsung, Accenture, Fujitsu, SAP, Salesforce e Hitachi. É importante ressaltar que também engloba instituições líderes de serviços financeiros, como Citigroup, Mastercard, Visa, Deutsche Bank, além de líderes industriais, como Nestlé, Lufthansa e Schneider Electric. E inclui quase 100 ONGs que envolvem grupos da sociedade civil.

Tudo isso é importante por um motivo. O sucesso no avanço da segurança cibernética requer uma abordagem que não seja apenas multinacional, mas de participação de todos os vários interessados por natureza. Isso ocorre porque o ciberespaço, diferentemente dos planos tradicionais de guerra como terra, mar e ar, é tipicamente de propriedade privada. O ciberespaço, na verdade, consiste em elementos concretos no mundo real, como datacenters, cabos submarinos e laptops e dispositivos móveis. Estes são projetados e fabricados por empresas privadas. E muitas vezes eles são de propriedade e operados por empresas de tecnologia e outros no setor privado.

Embora o setor de tecnologia tenha a primeira e maior responsabilidade de proteger essa tecnologia e as pessoas que dependem dela, essa é uma questão que exige que governos, empresas e a sociedade civil se unam. Essa é a única forma eficaz de proteger as pessoas de situações que às vezes se tornaram ameaças de segurança cibernética de nível militar.

Cada vez mais fica evidente que as pessoas também apreciam isso. Em Paris, anunciei que mais de 100.000 pessoas de mais de 130 países assinaram a petição pedindo Digital Peace Now, encabeçado pelo Global Citizen. E como o de signatários do Chamado de Paris, esse número continua a crescer.

Os anúncios do dia 12 de novembro vieram como parte do Paris Peace Forum, um evento comemorativo do centenário do armistício que pôs fim à Primeira Guerra Mundial. Como foi o caso há um século, a natureza da tecnologia e da guerra está mudando. Há um século, governos e instituições humanas não conseguiram se adaptar ao mundo em mudança. Neste século, precisamos fazer melhor. Com a ajuda de princípios claros, forte proteção e uma crescente coalizão das várias partes interessadas, podemos aproveitar os marcos atuais e continuar a fornecer ao mundo a forte segurança cibernética que ele merece.

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