5 decisões de tecnologia que os CEOs precisam tomar em 2019

Ilustração mostra executivo acionando seu celular.

Por Ralph Haupter

Olhando para 2019, certamente há muito para ser otimista – novas tecnologias revolucionárias estão alimentando a Quarta Revolução Industrial e afetando positivamente como trabalhamos, vivemos, nos conectamos e jogamos.

É emocionante ver tecnologias como Inteligência Artificial (IA), Realidade Mista (RM) e Internet das Coisas (IoT) se tornando os principais impulsionadores da transformação digital e causando impacto positivo e duradouro em nossa sociedade e meio ambiente. Na Austrália, por exemplo, o Departamento de Indústria Primária e Recursos do Governo do Território do Norte está usando IA e IoT para identificar e analisar centenas de espécies de peixes em um dos maiores portos do país. Esse grande empreendimento garantirá que os recursos pesqueiros sejam geridos, protegidos e desenvolvidos de forma sustentável para as gerações futuras.

Na Austrália, a IA automatiza agora o laborioso processo de contagem do estoque local de peixes (Clique aqui para saber mais sobre o projeto).

Embora haja boas razões para ser otimista sobre as perspectivas econômicas e sociais de 2019, alguns líderes empresariais também me disseram que veem desafios significativos pela frente.

Em particular, muitas indústrias estão sendo afetadas, às vezes até revolucionadas, pela adoção de tecnologias e processos digitais, muitas vezes trazendo consigo novos e ágeis concorrentes para seu setor.

Como os participantes estabelecidos dos setores devem responder a esses desafios de ruptura?

No final de 2018, o CEO da Microsoft, Satya Nadella, apresentou o conceito de “intensidade tecnológica”, pelo qual as organizações podem embarcar em aceleradas jornadas de transformação digital, adotando tecnologias muito mais rápido do que antes e focando na construção de seus próprios recursos digitais.

Para ajudar as organizações a adotar e impulsionar a “intensidade tecnológica” em 2019, identificamos cinco decisões de tecnologia que os CEOs devem tomar no novo ano:

Modernizar sua estratégia de dados: Se compararmos uma organização digital com o corpo humano, os dados são o sangue que fornece nutrição e permite que ela cresça.

Em grandes organizações, o desafio geralmente não é a disponibilidade de dados, mas o grande esforço necessário para gerenciar o crescimento quase incontrolável da estrutura de dados. Por exemplo, hoje em dia, os bancos precisam rastrear e analisar uma enorme quantidade de dados não estruturados provenientes de novos canais, como dispositivos conectados, novos pontos de contato com o cliente e fluxos de dados de terceiros. Eles também precisam incluir recursos adicionais para lidar com os crescentes requisitos regulatórios e de conformidade.

Os CEOs precisam priorizar a redefinição da estratégia de dados de toda a organização, desde a criação de uma plataforma segura até o gerenciamento e o aproveitamento de dados, além da criação de uma cultura corporativa na qual a força de trabalho adota dados em sua atividade diária. Apenas com uma estratégia de dados sólida as organizações podem realmente otimizar novas tecnologias de transformação digital, como Inteligência Artificial.

Acelerar a adoção total da nuvem: Houve um tempo, não muito tempo atrás, em que os CEOs me perguntavam: “Devemos transferir nossos dados para a nuvem?”. Agora, cada vez mais, eles estão perguntando: “Podemos não fazê-lo?” A questão não é apenas de economia (embora, para a maioria dos clientes, o ROI de mudar para a nuvem seja altamente – e cada vez mais – atraente). Eles também estão considerando os riscos de manter sua própria infraestrutura de data center de segurança local, incluindo hardware, software, segurança física e operacional, contratação de especialistas em segurança de TI e atendimento a padrões e certificações estatutários ou do setor. Muitos clientes grandes agora optam por uma estratégia de nuvem híbrida que combina a nuvem pública e a privada, permitindo que dados e aplicativos sejam compartilhados entre eles. Essa abordagem oferece às empresas a capacidade de dimensionar perfeitamente sua infraestrutura local por meio da nuvem pública, quando necessário, sem permitir que os data centers de terceiros acessem a totalidade de seus dados.

Requalificar a força de trabalho é uma nova prioridade: Muitos dos CEOs com quem falo estão entusiasmados com o potencial da IA para aumentar a produtividade, reduzir custos e acelerar a inovação. Por exemplo, a Airdoc, uma startup de rápido crescimento da China, usa IA para ajudar a detectar problemas médicos ao examinar os olhos de um paciente em menos de um segundo. Seu potencial para transformar o atendimento ao paciente é ilimitado. Mas as organizações de saúde poderiam integrar perfeitamente a solução de inteligência artificial da Airdoc ao fluxo de trabalho dos profissionais de saúde se não tivessem o treinamento necessário?

Os CEOs precisam se concentrar cada vez mais na reciclagem da força de trabalho em sua jornada de transformação digital para garantir que seus funcionários e processos estejam alinhados para otimizar a nova tecnologia. Sem isso, os projetos de IA provavelmente falharão devido à falta de conhecimento digital para utilizar as tecnologias e a ausência de habilidades de dados para obter insights.

Cultivar uma nova mentalidade digital: Parafraseando Peter Drucker, a cultura come tecnologia no café da manhã. Nenhuma quantidade de novas aplicações tecnológicas fornecerá a verdadeira transformação digital de uma organização, a menos que seja acompanhada por uma mudança correspondente na cultura; uma que abrace uma mentalidade aberta e favoreça a experimentação, aprendizagem e crescimento. Na Microsoft, estabelecemos essa base há mais de quatro anos, quando passamos por nossa própria transformação, concentrando-nos na criação de uma cultura “aprenda tudo” em vez de “conheça tudo”. Essa mudança de mentalidade nos permitiu, por exemplo, promover uma transformação dramática de nosso modelo de negócios. (Você pode ler mais sobre como a Microsoft se transformou com sucesso nesta reportagem da Forbes).

Preservar a confiança: Quando se trata da confiança do cliente, já foi dito que muitas vezes é “ganha em gotas e perdida em baldes”. A confiança em sua organização pode levar anos para ser construída e pode ser destruída em um único momento. Esse ethos ressoa profundamente no mundo digital atual, no qual as organizações enfrentam ameaças cibernéticas crescentes, além de expectativas éticas e normativas em evolução, quando se trata de transações on-line e manipulação de dados de clientes.

Em última análise, a responsabilidade pela criação e manutenção da confiança do cliente é diretamente do CEO, que precisa garantir que todos os elementos de confiança – incluindo segurança, privacidade, confiabilidade, transparência, conformidade e ética – sejam incorporados nas iniciativas de transformação digital desde o início.

Cada vez mais, os CEOs também precisam examinar se o ecossistema de parceiros reconhece e compartilha os mesmos princípios de confiança de sua própria organização. Especificamente, se os parceiros de tecnologia em que eles confiam com seus dados de clientes têm o mesmo conjunto de valores, princípios e políticas – quando se trata do uso desses dados – no que eles fazem.

Em resumo, acredito que 2019 é o ano da transformação hiperdigital, em que muitos líderes empresariais começarão a dar saltos quânticos em sua resposta a uma nova economia digital. Para isso, os CEOs precisam imbuir suas organizações com “intensidade tecnológica”, concentrando-se nas cinco decisões tecnológicas que descrevi.

Ralph Haupter é presidente da Microsoft Ásia. Este artigo foi originalmente publicado no LinkedIn.

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