A Microsoft realizou um índice com dados de 29 cidades europeias, incluindo Lisboa, para avaliar o nível de desenvolvimento e penetração de medidas de mobilidade urbana inteligentes e os resultados da implementação destas medidas. Lisboa é a 4ª cidade com melhor retorno nas medidas de mobilidade urbana, mas surge em 22º lugar quanto ao nível de desenvolvimento das mesmas.
A maturidade na utilização de tecnologias de comunicação e informação como o 4G, a penetração de smartphones na sociedade e o nível de conhecimentos na área de cibersegurança permitem uma melhor gestão de tráfego e comutação entre transportes, atingindo melhores resultados de eficiência e satisfação dos seus cidadãos.
A mobilidade é vital para o bom funcionamento das cidades e são muitos os desafios que estas enfrentam, seja na rapidez às respostas ao desenvolvimento urbano, quer nas métricas acordadas para uma sociedade mais ecologicamente sustentável.
Lisboa reconhecida pela aposta em transportes com fontes de energias renováveis
Lisboa posiciona-se no topo do ranking no que diz respeito ao uso de transportes com recurso a energias renováveis (6º lugar) e à penetração de carros elétricos no parque rodoviário da cidade (5º lugar). Nesta mesma análise, a capital é considerada a segunda melhor cidade com as estradas de melhor qualidade, e sétima cidade com melhor nível de adequação face ao volume de tráfego.
A boa posição que Lisboa ocupa na aposta em meios de locomoção mais verdes, posiciona a cidade a meio da tabela (13º lugar) no nível de redução de emissões de CO2 neste setor. Este fator, aliado à definição de zonas de emissão reduzida (ZER), permite que Lisboa tenha uma performance de 36% acima da média (5º lugar) no nível de concentração de partículas finas no ar.
Tempo despendido em transportes penaliza a capital portuguesa
Ainda assim, Lisboa surge penalizada no tempo despendido nos meios de transporte da cidade e na adoção variada às alternativas de locomoção. As alternativas existem, no entanto, o volume de utilização continua a centrar-se nos serviços de trotinetes elétricas (5º lugar). Relativamente aos investimentos públicos nas infraestruturas de mobilidade urbana, Lisboa apresenta-se no último lugar da tabela, demonstrando um baixo nível de digitalização das instituições do Estado comparativamente às restantes cidades europeias.
Verifica-se ainda uma relação direta entre a performance das cidades nestes indicadores e o nível de satisfação dos seus residentes. Como resultado, Lisboa e Atenas encontram-se empatadas no fundo da tabela como cidades com pior nível de satisfação por parte dos seus residentes.
Paula Panarra, Diretora-Geral da Microsoft Portugal, afirma: “Resolver os desafios complexos de mobilidade irá exigir inovação capacitada pela colaboração entre a autarquia, serviços de mobilidade, transportadores públicos e privados e tecnológicas. O conceito de mobilidade está a caminhar para um sistema mais inteligente, impulsionado pela conectividade, dados em tempo real e Inteligência Artificial.”
A Digitalização dos Transportes e o Exemplo de Copenhaga
A utilização de dados de forma mais integrada entre as várias infraestruturas do sistema de mobilidade urbana resulta a que cidades como Copenhaga atinjam uma melhor classificação na qualidade de vida e na eficiência do sistema de mobilidade. Lisboa posiciona-se abaixo da média das 29 cidades no que diz respeito a estas métricas, o que abre espaço ao desenvolvimento e investimento numa área que pode oferecer à cidade um retorno positivo na gestão eficiente dos seus transportes, tal como Copenhaga.
Nova realidade de Trabalho Remoto altera comportamentos de Mobilidade
Os confinamentos provocados pela pandemia levaram muitas pessoas a repensar nas suas escolhas de mobilidade, mas uma tendência pré-crise mantém-se: a necessidade para soluções de mobilidade urbana inteligente. Além disso, com as novas formas híbridas de trabalhar (76% das empresas europeias já têm políticas de trabalho remoto), prevê-se uma redução na locomoção dos colaboradores para os escritórios.
Mais informações:
A análise de dados teve como base mais de 20 fontes internacionais, incluindo o Eurostat, a Agência Europeia do Meio Ambiente e a OCDE, e um total de 35 indicadores de mobilidade urbana inteligente. As cidades em análise: Amesterdão, Atenas, Barcelona, Berlim, Birmingham, Bruxelas, Budapeste, Colónia, Copenhaga, Dublin, Hamburgo, Helsínquia, Lisboa, Londres, Lyon, Madrid, Manchester, Marselha, Milão, Munique, Oslo, Paris, Praga, Riga, Roma, Estocolmo, Tallinn, Viena e Varsóvia.