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Plantas e suas raízes na terra.

Como os dados de IA e satélite ajudam agricultores a evitar desperdício de água

Quase 12.000 anos atrás, as primeiras sementes da agricultura foram literalmente plantadas, resultando em um crescimento dramático da população humana.

Hoje, como antigamente, a agricultura é muito dependente da água. Mas, à medida que as temperaturas globais sobem, vemos crescer o risco de desabastecimento, o que torna vital a gestão da água para a sustentabilidade da agricultura.

Grandes secas em todo o mundo afetam a produção agrícola, enquanto aumentam outros eventos climáticos extremos, como inundações ou tempestades tropicais. Felizmente, existem grupos trabalhando em soluções para ajudar a superar esses desafios.

Uma dessas organizações é a DHI GRAS, empresa dinamarquesa de consultoria e pesquisa que desenvolveu uma solução para ajudar os agricultores a reduzir o consumo de água ao irrigar suas plantações.

Agricultores do projeto da DHI GRAS na África.

Uma visão panorâmica

A solução da empresa permite que os agricultores calculem com precisão a quantidade de água que as culturas liberam na evaporação e, portanto, a quantidade de água que os campos precisam. Isso é feito com dados térmicos e ópticos de satélite, combinados com dados meteorológicos.

Estes dados são então usados para alimentar um algoritmo de inteligência artificial (IA), antes de aconselhar os agricultores sobre a quantidade correta de água que precisam usar. Como resultado, o volume de água é reduzido, aumentando a eficiência e reduzindo o desperdício.

“Em muitas partes do mundo, usa-se água demais ou de menos na agricultura porque é difícil avaliar as necessidades reais”, diz Torsten Bondo, gerente de desenvolvimento de negócios da DHI GRAS. “Esse pode ser o caso, por exemplo, das plantações de abacate no México, dos campos de algodão na Índia ou dos agricultores em áreas da África que muitas vezes não têm o mesmo acesso a bons dados básicos e conhecimentos que temos na Dinamarca. Nossa ambição é garantir colheitas melhores, que possam alimentar mais com o menor consumo de água possível.”

Em muitas partes do mundo, usa-se água demais ou de menos na agricultura porque é difícil avaliar as necessidades reais

Apoio da Microsoft e da National Geographic

A DHI GRAS recebeu, com dez outras organizações e universidades de todo o mundo, uma subvenção da Microsoft e da National Geographic em dezembro de 2018 para desenvolver ainda mais sua solução tecnológica.

O subsídio é fornecido como parte do programa AI for Earth, que visa apoiar projetos sustentáveis onde a inteligência artificial é um elemento fundamental.

A solução da DHI GRAS está sendo testada agora em aproximadamente 2.000 hectares de área agrícola em Uganda, África, e os primeiros resultados são muito positivos – estima-se que o consumo de água na área testada pode ser reduzido significativamente, com muitas repercussões positivas para a região.

Espalhando para o mundo

Uma das principais aspirações do projeto é dar ao maior número possível de pessoas acesso à tecnologia para atender a um dos maiores problemas de recursos do mundo. Assim, a DHI GRAS não manterá a solução para si. O algoritmo está disponível gratuitamente para uso, de modo que possa ser amplamente utilizado em outras partes do mundo.

“A solução é importante porque pode ser dimensionada para a maior parte do mundo, para que os agricultores possam economizar no consumo de água. É por isso que a Microsoft vê um enorme potencial na tecnologia. Ela pode ser crucial em um momento em que quase um bilhão de pessoas no mundo não têm água potável, e estamos orgulhosos de a solução ter sido criada na Dinamarca”, afirma Nana Bule, COO da Microsoft Dinamarca.

Fatos:

  • Por meio do programa AI for Earth, a National Geographic e a Microsoft apoiaram em 2018 onze projetos que usam inteligência artificial para abordar alguns dos maiores desafios do mundo causados pelas mudanças climáticas.
  • Entre os onze beneficiários das subvenções está o grupo dinamarquês DHI, acompanhado de proeminentes instituições de pesquisa, como a Universidade de Stanford, a Universidade de Berkeley e a Universidade de Pittsburgh.
  • Desde que o AI for Earth foi criado, em 2017, mais de 230 subvenções foram distribuídas para projetos em todo o mundo e, no total, a Microsoft reservou 50 milhões de dólares para apoiar projetos até 2022.
  • O objetivo é abordar a mudança climática por meio da inteligência artificial nas áreas de clima, agricultura, biodiversidade e água. Leia mais sobre o AI for Earth aqui.
  • A DHI GRAS é uma empresa dinamarquesa de renome internacional no campo da análise de dados de satélite.