Ir para a página inicial

De olho na chuva: como a estação meteorológica mais antiga do mundo está digitalizando o clima

Algumas coisas transcendem idioma, cultura e barreiras de geográficas. O clima é uma delas.

Chuvas torrenciais. Ondas de calor. Tempestades de neve. As implacáveis mudanças da natureza afetam todos desde as grandes corporações até as pequenas empresas, passando pelo funcionamento das cidades e pela vida diária dos indivíduos.

Da logística de uma companhia de entregas internacional às redes de transporte locais, o constante estudo do tempo pelo homem ajuda a garantir que a sociedade possa funcionar normalmente.

Evoluímos de simplesmente estar à mercê das condições climáticas para o monitoramento, a compreensão e a previsão de seu futuro. Agora, graças à tecnologia, nossa habilidade de entender os elementos está melhor do que nunca.

Um olho no céu

ZAMG (Instituição Central para Meteorologia e Geodinâmica), na Áustria, é o centro meteorológico mais antigo do mundo. Fundado em 1851, ele opera 270 estações pelo país — algumas delas em locais remotos a 3.500 metros acima do nível do mar, nos Alpes Austríacos. O centro coleta e analisa dados para clientes e tomadores de decisão ao redor do globo, desde previsões minuto a minuto até as para os próximos 10 dias, ajudando clientes a elaborar estratégias baseadas em dados ao mesmo tempo que aprimora a eficiência.

O departamento ambiental da ZAMG, por exemplo, está envolvido em diversos projetos de pesquisa na área de energias renováveis, incluindo simulações de fluxo para avaliar vários locais quanto à sua eficácia como áreas para turbinas eólicas. Inteligência artificial e redes neurais estão sendo usadas para ajudar a prever a velocidade favorável do vento e as condições de energia solar.

O centro também é responsável por aconselhar e alertar nos casos de desastres ambientais e naturais. Um exemplo disso foi o desastre de Chernobyl. Quando o reator quatro da usina nuclear de Chernobyl, localizada próximo da cidade ucraniana de Prypyat, explodiu em abril de 1986, a ZAMG monitorou meticulosamente os efeitos do evento catastrófico na Áustria. Por causa dos ventos fortes do leste, a nuvem radioativa alcançou o território austríaco três dias depois.

Após o desastre, uma densa e semiautomática rede de monitoramento do clima foi criada na Áustria e regularmente testou planos de alerta. Para esses planos, a ZAMG opera um sistema de crises modelo, que foi continuamente aprimorado. No caso de acidentes em usinas nucleares, essa rede habilita previsões meteorológicas e químicas de larga escala com as informações mais detalhadas possível, para estado de crise e gerenciamento de desastre.

Logo após o acidente de Fukushima, em 2011, a ZAMG também calculou a propagação da primeira nuvem de radioatividade em larga escala e realizou a primeira estimativa realista da força da fonte radioativa em combinação com dados da Autoridade Internacional de Parada de Testes Atômicos em Viena.

Triturando números

As incontáveis previsões e análises da ZAMG são incrivelmente importantes, mas elas têm um custo. Quantidades imensas de dados — 100.000 conjuntos de dados por minuto — precisam ser inseridas, armazenadas, compartilhadas e analisadas apropriadamente para que o trabalho mais importante do centro continue a ser eficaz.

Günther Tschabuschnig, Chief Information Officer (CIO) na ZAMG, está no comando de tecnologias de alta precisão que tornam possíveis modelos de previsão do tempo e correlações estatísticas abrangentes:

“Cada estação meteorológica monitora, constante e meticulosamente, as condições climáticas e transmite a cada segundo todos os acontecimentos para as nossas sedes em Viena”, explica Tschabuschnig. “Isso cria conjuntos de dados imensos e que precisam ser processados, analisados e, finalmente, arquivados. Mesmo com a nossa organização tradicional, o progresso tecnológico não para.”

A cada minuto, as várias estações meteorológicas austríacas alimentam esses 100.000 arquivos na sede da ZAMG, onde eles precisam ser arquivados e processados de forma sustentável. Para realizar este feito incrível, os dados foram migrados para Microsoft Cloud, onde eles armazenados e ficam disponíveis para todos os sites ZAMG.

Ao analisar subsequentemente as enormes quantidades de dados, disponíveis globalmente, em um instante, é possível fazer previsões valiosas de tendências climáticas de longo ou de curto prazo.

“A nuvem foi o passo lógico para nós”, complementa Tschabuschnig. “As enormes quantidades de dados que se acumulam a cada minuto e formam a base para os modelos e relacionamentos estatísticos de previsão do tempo são processados e os resultados armazenados no Microsoft Azure Cloud. A grande vantagem é que de todos os dados são coletados centralmente em um único lugar e cada local pode acessá-los diretamente.”

“A transformação digital está mudando tudo em nossas vidas e nos esforçamos para fazer o melhor uso possível da tecnologia. Análise, modulação ou simulação de big data nos acompanham a cada dia e, graças à nuvem, agora nós podemos entender e processar melhor esses tópicos.”

Este texto foi publicado originalmente no Microsoft News Centre Áustria.