Agora é pessoal: a jornada digital da Unilever leva a resultados reais para consumidores e funcionários

O que significa “transformação digital” para uma indústria global e estabelecida como a Unilever, fabricante de marcas icônicas como Dove, Vaseline e Ben & Jerry’s?

Para a CIO da Unilever, Jane Moran, isso significa capacitar os funcionários a cumprir a missão da empresa de atender às crescentes expectativas dos consumidores.

“O que é transformador é a maneira como estamos conectando pessoas, tornando os dados acessíveis a uma base de funcionários mais ampla e dando a eles as habilidades para analisar os dados e tomar decisões mais bem fundamentadas”, diz Moran. “Isso traz benefícios óbvios, como o aumento da eficiência, mas também impacto em tópicos centrais para nossos negócios, como a sustentabilidade.”

Do projeto à plataforma

Um dos principais objetivos da Unilever em sua jornada digital é se tornar movida por insights de dados para prever o futuro – o que não é uma façanha para uma gigante global no valor de US$ 55 bilhões, operando em 190 países.

Para realizar essa mudança, a Unilever passou de uma abordagem baseada em projeto para uma estratégia de plataforma, apoiada por tecnologias Microsoft e suporte prático. O Azure, serviço de computação em nuvem da Microsoft, fornece o backbone de arquitetura para a transformação digital da empresa.

“Isso nos permitiu ser muito mais ágeis e escaláveis”, diz Moran. “Não podemos entregar a menos que tenhamos uma abordagem baseada em plataforma e que seja muito poderosa. Estamos realmente explorando isso agora na Unilever.”

Reconectando digitalmente a cadeia de suprimentos

Para a Unilever, os recursos da tecnologia digital oferecem uma oportunidade de transformar sua cadeia de suprimentos para atender às necessidades de clientes que “esperam personalização, produtos sob demanda e marcas com propósito”, diz Moran.

“Estamos reconectando digitalmente nossa cadeia de suprimentos, focando na geração de informações democratizadas em tempo real, planejamento de inteligência artificial, capitalizando na robótica e construindo fábricas digitalmente conectadas. Tudo isso nos permitirá prever e responder prontamente ao que quer que o futuro nos proponha”, acrescenta Dave Penrith, engenheiro-chefe da Unilever.

A Unilever está usando Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) e serviços de fronteira inteligente na plataforma Azure IoT para habilitar seu digital twin, um modelo digital de última geração de um ambiente físico – neste caso, uma fábrica da Unilever. As máquinas e equipamentos na fábrica são conectados para que possam enviar uma massa de dados – desde as temperaturas até os tempos de ciclo de produção – para o modelo.

Isso cria uma representação de cada máquina e processo, oferecendo visibilidade em todos os níveis da planta. Os dados coletados são extraídos para insights e padrões usando algoritmos avançados de análise e aprendizado de máquina, que podem prever resultados com base em dados históricos.

“Quanto mais dados recebe, mais ele aprende. Quanto mais aprende, mais rapidamente aprende e começa a aprender a uma velocidade cada vez mais exponencial”, diz Penrith.

O algoritmo pode atingir um nível de precisão onde pode ser permitido controlar diretamente parte de uma máquina ou processo. Isso permite que os operadores tomem decisões mais bem fundamentadas e sejam liberados de tarefas manuais repetitivas para funções com maior valor agregado.

O gêmeo digital já teve impacto nas operações. Quando a Unilever trocou o controle dos níveis de umidade em uma máquina de fabricação de sabão para o algoritmo gêmeo digital, os operadores não queriam que ele fosse desligado porque lhes dava muito controle sobre a consistência.

Em outro exemplo, o gêmeo digital usou dados sobre quanto tempo leva para produzir um lote de líquido, como xampu ou detergente, para prever a ordem correta dos processos, a fim de obter o tempo de lote mais eficiente. Quanto menos tempo cada lote levar, maior a capacidade de produção da fábrica, utilizando totalmente o ativo e evitando ter que investir em capacidade em outro lugar.

A solução para gêmeos digitais foi desenvolvida pela equipe de engenharia da Unilever em parceria com o The Marsden Group, um parceiro da Microsoft, e está hospedada na plataforma Azure da Microsoft.

Neste momento, a Unilever opera oito gêmeos digitais na América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia. A empresa está transmitindo dados de 15 de suas 300 usinas globais, com planos de conectar 70 fábricas até o final do ano e outras 100 em 2020 – “tudo, de sabão a sopa”, diz Penrith.

Mergulhando em dados

Em sua missão de ser movida a insights de dados, a Unilever está usando o Power BI, uma ferramenta de análise de negócios, para ajudar os funcionários a acessar os dados de que precisam. Os funcionários podem usar o Power BI para visualizar os dados de qualquer maneira que funcionem para resolver o problema que enfrentam, além de permitir que eles criem seus próprios relatórios, em vez de depender de uma equipe de tecnologia.

A capacidade de descobrir dados e visualizá-los no Power BI permitiu que a Unilever aumentasse a produtividade, eliminando alertas falsos ou sem importância nas linhas de produção. Anteriormente, os operadores estavam respondendo a 3.000 alertas todos os dias neste site complexo, cada um dos quais levava alguns minutos para avaliar, reconhecer e esclarecer. Isso colocou os operadores em modo reativo constante e desacelerou as linhas de produção. A Unilever conseguiu reduzir em 90% o número de alertas que exigem ação por dia, garantindo muito menos interrupções e intervenções mais oportunas.

O Power BI é apenas uma ferramenta em um sistema interconectado que cultiva a “democratização dos dados”, diz Penrith. “Com o Power BI conectado a todos os nossos dados históricos, dados em tempo real, análises e modelos, nossos funcionários obtêm inteligência em tempo real, todos trabalhando no Microsoft Teams, com conversas acontecendo o tempo todo para que funcionários e fábricas possam apoiar e colaborar uns com os outros.”

Capacitando com PowerApps

Uma grande parte desse sistema interconectado consiste em encontrar maneiras de ajudar as pessoas a resolver seus próprios problemas. Uma ferramenta que a empresa está usando para conseguir isso é o Microsoft PowerApps, que permite que os funcionários criem aplicativos personalizados, sem um desenvolvedor.

Por exemplo, um funcionário de garantia de qualidade da fábrica da Unilever viu uma demonstração para o PowerApps – e, em seguida, criou uma garantia de qualidade em PowerApp.

O aplicativo está agora disponível em todas as fábricas da Unilever, uma grande atualização do processo manual que era usado anteriormente para verificações de qualidade. O aplicativo permite o ajuste em tempo real do processo de fabricação e economiza tempo, liberando funcionários para tarefas mais importantes. Também economiza papel, contribuindo para a missão de sustentabilidade da companhia.

Conectando uma equipe global

A Unilever também queria oferecer a seus funcionários – cerca de 155.000 pessoas em todo o mundo – as ferramentas para se conectar ainda mais e compartilhar lições e ideias. A Unilever usa o Microsoft 365, um pacote de serviços que inclui o Windows 10, aplicativos de produtividade, como SharePoint, Outlook, Word, PowerPoint e Excel, além de ferramentas de colaboração e comunicação, como o Teams e o Yammer.

Este conjunto de ferramentas provocou um grande impacto na produtividade e na colaboração, de acordo com Moran.

“O uso de ferramentas digitais como o Teams e o Yammer realmente ajudou nossa organização a colaborar e compartilhar, e você nem imagina como é ótimo”, diz ela. “Agora todos estão usando isso para compartilhar histórias maravilhosas sobre o que estão fazendo todos os dias. O Teams permitiu que todos tivessem voz.”

Para Penrith, o Microsoft Teams teve um grande impacto na comunicação. A empresa criou um ambiente global de Teams para todos os engenheiros da Unilever que permite que eles se conectem e compartilhem conhecimento.

“Isso tem sido um divisor de águas”, diz ele. “De um dia para o outro, nós conectamos 2.000 engenheiros, a maioria dos quais pode nunca ter realmente falado um com o outro antes … isso elimina quaisquer falsos limites que as pessoas possam ter, e liga os colegas de todo o mundo.”

Penrith tem uma área de blog dentro do Teams, onde todos podem responder a todos os outros, e eles também podem contatá-lo diretamente na plataforma. Penrith agora passa mais tempo no Teams do que em e-mail e viu uma queda de 60% a 70% no número de e-mails que chegam à sua caixa de entrada.

Digital também permite sustentabilidade

A conversão digital da Unilever também ajudou a apoiar o compromisso da empresa com a sustentabilidade, principalmente em termos de eficiência energética.

Um exemplo é a quantidade de energia usada nas fábricas que produzem sabonete Dove. A Unilever usou o Teams para criar uma comunidade para as fábricas da Dove, onde elas podem acessar dados de uso de energia de todas as unidades, além de compartilhar as melhores práticas para economizar energia. Todos na comunidade podem ver quanta energia cada fábrica usa por lote de sabão Dove e trabalhar juntos para reduzir esse uso.

Decisões baseadas em dados

A transformação tecnológica da Unilever já resultou em um sucesso substancial em toda a organização, da cadeia de suprimentos à pesquisa e desenvolvimento, recursos humanos, vendas, finanças, logística e muito mais, apoiando o objetivo final da empresa de atender aos consumidores.

“Estamos criando uma cultura e uma organização que é inteligente em dados em toda a nossa cadeia de fornecimento, suportada por dados, análises e insights para tomar decisões mais rápidas e inteligentes a fim de entender, antecipar e superar as expectativas do consumidor”, diz Penrith.

Na conferência Microsoft Inspire 2019, o vice-presidente de Negócios Comerciais da Microsoft (WCB), Judson Althoff, conversou com executivos da Unilever sobre como a tecnologia da Microsoft está propiciando a transformação digital da empresa. Acima, Althoff cumprimenta funcionários na fábrica da Unilever em Valinhos, Brasil.

Foto do topo: Funcionária da Unilever numa fábrica do Brasil.