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mulher trabalhando no laptop e homem com criança ao fundo

Relatório COVID-19: Tecnologias para auxiliar a Saúde Pública

A pandemia provocada pela COVID-19 nos colocou diante de uma perspectiva única e imprevisível. A doença impactou a vida das pessoas, gerou novos desafios para os países e alterou a rotina de trabalho, as relações sociais, a vida familiar, as interações comunitárias e a economia mundial. Tivemos que adotar rapidamente uma nova maneira de viver. 

Diante de um novo e desafiador cenário, a Microsoft Brasil assumiu como principal objetivo auxiliar clientes, parceiros, comunidades e o setor público a responder à crise, combater os efeitos da pandemia e acelerar a recuperação do País. Com esse propósito, a empresa anunciou o “Mais Brasil”, um plano abrangente com foco em três frentes de atuação: 

Habilitação da economia digital por meio da tecnologia; 

Educação, capacitação profissional e empreendedorismo; 

Crescimento sustentável e impacto social. 

A Microsoft desenvolveu um relatório detalhando essas histórias para ilustrar como está apoiando iniciativas para reduzir os impactos da COVID-19 no Brasil. Reunimos boas práticas nos setores de Saúde Pública, Fortalecimento da Economia, Educação e Ensino a Distância e Avanço das Operações. Comprometida com o crescimento sustentável do Brasil, a empresa acredita que, com essas e outras ações que implementará de forma recorrente e intencional, irá colaborar com o desenvolvimento do País e em redesenhar nosso futuro por meio da tecnologia, algo que faz parte da missão da empresa que é empoderar cada pessoa e cada organização do planeta a conquistar mais. Veja abaixo a primeira parte do relatório e acompanhe nas próximas semanas a publicação dos próximos capítulos.

Destaques:

Fiocruz estabelece meta de ultrapassar 5 mil pessoas formando equipes no Teams, para compartilhar documentos, facilitar a comunicação e realizar conferências sobre contágio, diagnóstico, tratamento e formas de prevenção da COVID-19.

Com GitHub, a execução do Inspire, ventilador pulmonar aberto de baixo custo, passa de cinco a dez vezes mais rápida do que seria sem a ferramenta.

Os pesquisadores que estudam o desenvolvimento da vacina contra a COVID-19 e a Influenza também utilizam o Teams para compartilhar informações. 

pessoas de máscara em uma passarela

Pesquisa e desenvolvimento 

Microsoft Teams é a plataforma usada pela Fiocruz para formar rede de inteligência cooperativa no combate à  COVID-19  

Um projeto liderado pela Fiocruz Brasília e realizado em parceria com as Secretarias de Saúde e Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal, a Universidade de Brasília (UnB) e a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal deu origem a uma rede de inteligência cooperativa para atuar no combate à COVID-19 no Brasil. A plataforma utilizada para reunir pesquisadores, residentes, orientadores, profissionais de saúde e comunidades é o Microsoft Teams. 

mulher sentada com laptop

O grupo foi constituído, inicialmente, para promover a interação entre as especialidades de saúde e as entidades governamentais e, também, manter um canal com orientações para uma equipe de residentes multiprofissionais de saúde com cerca de 200 médicos, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos que atuam nos atendimentos primários das unidades de saúde do DF. Por meio do Teams, eles compartilham informações corretas e em tempo real sobre o contágio, o diagnóstico, o tratamento e as formas de prevenção da doença.  

O fluxo de informações é eficiente. Os residentes repassam para os pesquisadores epidemiológicos e de saúde da Fiocruz perguntas como: “A água sanitária é um substituto para o álcool em gel?” ou “Qual é a interação entre a dengue e a COVID-19?”. Esses pesquisadores, que atuam de acordo com a metodologia da Organização Mundial da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde, respondem em até 24 horas, baseados em estudos científicos já publicados. 

Com a evolução da doença no território nacional, a rede de inteligência cooperativa cresceu, alcançando em junho de 2020, 182 unidades de saúde do DF e outras 31 regiões administrativas por meio de comitês populares criados para levar informações aos territórios. O objetivo da Fiocruz é ultrapassar 5 mil pessoas formando equipes no Teams, divididas por canais específicos, para compartilhar documentos, facilitar a comunicação por meio de chats e realizar conferências. 

Por meio da plataforma, a relação entre a instituição e a sociedade civil foi aprimorada com a organização de comitês populares em cidades do Distrito Federal. Assim, eles passaram a se comunicar com os serviços de saúde. Outro avanço ocorrido por conta da rede é a estruturação de processos educativos tanto para profissionais da área quanto para pessoas que atuam com atividades de vigilância popular à saúde dentro dos comitês. 

O sucesso da experiência levou à expansão para o Rio Grande do Sul. No estado, cerca de 10 universidades estão organizando a participação de alunos de residência em saúde pública (médicos, enfermeiros e outros) em equipes no Teams que são utilizadas para sessões de teleorientação. Por meio desta iniciativa, são promovidos suporte educacional, técnico, científico e até mesmo emocional dos residentes. A meta é aumentar a abrangência da ação para todo o território nacional, envolvendo milhares de pessoas em todo o país. 

Colaboradores da Fiocruz que atuam nos dez estados brasileiros com os quais a instituição possui unidades têm acesso à plataforma. Dessa forma, os pesquisadores que estudam o desenvolvimento da vacina contra a COVID-19 e a Influenza também utilizam o Teams para compartilhar informações. A importância da rede de inteligência cooperativa é decisiva para o combate à doença. Afinal, a Fundação Oswaldo Cruz, instituição pública vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS), tem mais de 120 anos de atuação no país e se tornou a maior no campo da pesquisa, tecnologia, formação de pessoas, produção de insumos e inovação em saúde da América Latina. 

Ao longo de sua trajetória, enfrentou diferentes epidemias e criou soluções científicas em todos os momentos em que a sociedade brasileira necessitou. A instituição conta hoje com cerca de 10 mil colaboradores distribuídos por todas as regiões do País e tem sede no Rio de Janeiro. 

“Mais de 230 colaboradores da Poli e das faculdades de Medicina, Direito, Odontologia, Veterinária e Zootecnia participaram da construção do ventilador.” 

Serviço da Microsoft facilita colaboração para desenvolvimento de ventilador pulmonar 

Projetar e fabricar do zero ventiladores pulmonares para suprir a demanda hospitalar devido à pandemia resultou em um esforço de colaboração sem precedentes na Universidade de São Paulo (USP). 

médico fazendo experimento

Em março, uma equipe multidisciplinar da Escola Politécnica (Poli) da USP começou a trabalhar no projeto e contou com apoio da Microsoft, que disponibilizou uma assinatura corporativa do GitHub para os pesquisadores e desenvolvedores utilizarem a ferramenta como repositório de desenvolvimento.  

A direção da escola de Engenharia cuidou da articulação do grupo, que conta com profissionais com ampla experiência nas áreas de engenharia biomédica, mecânica, mecatrônica, energia, eletrônica, de produção, prototipagem e testes de aparelhos utilizados na medicina.  

Como o ventilador pulmonar, batizado com o nome de INSPIRE, utiliza muitos softwares, tecnologias digitais, IoT e a atuação de profissionais de diferentes áreas, exigia-se uma plataforma de comunicação eficiente entre os times envolvidos. No GitHub, desenvolvedores e cientistas conseguiram gerar várias versões do aparelho por dia, possibilitando uma execução mais rápida. A estimativa é que a ferramenta tenha tornado o desenvolvimento do produto de cinco a dez vezes mais rápido do que seria sem ela. O mesmo processo, que consumiu 100 dias para sair do papel, na indústria levaria cinco anos.  

Mais de 230 colaboradores da Poli e das faculdades de Medicina, de Direito, de Odontologia, de Veterinária e de Zootecnia participaram da construção do ventilador, que foi testado em mais de 20 pacientes sem apresentar nenhum problema. O Inspire é um ventilador pulmonar aberto de baixo custo, que utiliza apenas tecnologia nacional e componentes disponíveis no mercado brasileiro e já está em fase de produção.  

Mesmo após o protótipo ser concluído, o produto continua em constante aprimoramento. O aprendizado conquistado ao longo desse trabalho será levado para outros campos da engenharia e para as salas de aula da Poli. Assim, o conceito de Agile, antes consolidado na área de software, será confirmado em outros ramos. 

Assistência virtual 

Teams ajuda a aproximar famílias, corpo clínico e pacientes internados na UTI com COVID-19 

Em meio ao isolamento social, um dos desafios enfrentados pelos hospitais era tornar mais humanizada a internação de pacientes com COVID-19. Afinal, como atualizar as famílias em relação ao quadro clínico do doente e reduzir com segurança a distância e o sofrimento das pessoas? No Hospital São Luiz, unidade Jabaquara, a solução foi usar a tecnologia. O Microsoft Teams tornou-se um grande aliado para passar boletins médicos e até promover visitas virtuais. 

médico sorrindo e paciente conversando por teams

Pertencente à Rede D’Or, o hospital é uma unidade especializada em tratamento da doença em São Paulo e reinventou seu atendimento humanizado durante pandemia, ao implementar um novo modelo de contato entre médicos e famílias, bem como entre pacientes e famílias. O projeto tornou-se possível graças a uma parceria com a Microsoft para utilizar a plataforma de comunicação e colaboração Teams. 

Antes, os boletins médicos eram passados por telefone às famílias. Com o Teams, o diálogo é feito virtualmente por meio de videoconferência, permitindo um contato interativo e mais humanizado entre as pessoas. Para quem está em casa, os encontros digitais são métodos eficazes para estreitar laços com os profissionais de saúde e acompanhar diariamente o quadro clínico do familiar. Já para o paciente, internado há dias em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), este contato contribui para o seu bem-estar emocional. 

O hospital determina a maneira de contato com as famílias a partir de uma divisão entre os pacientes, separando-os em três grupos. O primeiro é formado por aqueles que estão sedados e, por conta disso, o meio de comunicação é o boletim virtual, realizado sob demanda do médico e responsáveis. Caso o quadro se agrave e possa evoluir para óbito, é realizada uma visita virtual para proporcionar o último contato entre a família e o paciente. 

No segundo grupo ficam aqueles que saem de um quadro clínico grave e estão conscientes, mas impossibilitados até mesmo de uma simples manipulação do celular. Para estes, a unidade disponibiliza um smartphone no leito e realiza a visita virtual entre os pacientes, os familiares e os médicos. O terceiro grupo são os doentes que têm condições de usar o celular particular durante a internação. Nesse caso é realizado apenas o boletim virtual entre médico e parentes. Tudo isso por meio da plataforma Teams. 

Tanto os boletins quanto as visitas virtuais são agendados de acordo com a disponibilidade do médico, do paciente e dos responsáveis e duram cerca de 10 minutos. Antes de ser realizada, o familiar recebe um e-mail com o passo a passo para a instalação do Microsoft Teams em dispositivos móveis ou desktop e o link da reunião remota. Até quatro pessoas podem participar do encontro. 

O hospital disponibiliza smartphones, a estrutura adequada para a realização das reuniões em salas privativas e até uma equipe de capacitação que auxilia os familiares a utilizar a ferramenta. O sucesso da iniciativa é tamanho que, já nos dois primeiros meses, foi possível notar a diminuição da ansiedade dos parentes e amigos que aguardam notícias dos doentes, assim como a nítida disposição dos pacientes para continuar o tratamento após ver um familiar querido por meio da tecnologia. 

Entre os 110 pacientes com Covid-19, sendo 58 na UTI do hospital, 35% deles utilizaram o serviço. Por conta do feedback positivo que teve, a Rede D’Or São Luiz planeja expandir a parceria com a Microsoft para uso do Teams em todas as unidades do Grupo. 

Microsoft doa tecnologias para ONG apoiar profissionais de saúde que combatem a COVID-19 

Na linha de frente no combate ao Coronavírus no Brasil, os profissionais de saúde aumentaram ainda mais a carga de trabalho, sobretudo em um cenário desconhecido causado pela pandemia. Por conta disso, eles passaram a demandar apoio psicológico para enfrentar os desafios da rotina hospitalar. Para apoiá-los, a Associação MTAC Brasil (Microsoft Technical Audience Contributor), organização não governamental composta por profissionais de TI, criou o projeto Aus Ouvidos. 

Por meio de uma plataforma criada com tecnologias doadas pela Microsoft, psicólogos voluntários podem se inscrever para atender profissionais que lidam diariamente com os casos do novo Coronavírus. Nos primeiros 30 dias de atividade, o site do projeto contabilizou mais de 100 atendimentos e mais de 40 voluntários. 

O portal Aus Ouvidos está hospedado na Microsoft Azure e foi criado por meio do Microsoft Power Platform. A plataforma oferece duas possibilidades: aos profissionais da saúde, sejam eles médicos, equipe de enfermagem, equipe de limpeza e segurança, tem a opção “eu quero conversar”, na qual podem agendar horários com profissionais das áreas de psicologia e psicanálise, que se disponibilizam a realizar escutas pontuais; e a opção “eu quero escutar”, dedicada aos profissionais da área de psicologia que possuem disponibilidade e queiram se cadastrar para fazer parte do projeto. Os serviços Microsoft Power Automate e Microsoft Graph permitem o agendamento e os integra automaticamente ao Microsoft Teams, plataforma na qual a consulta on-line é realizada, garantindo o sigilo de dados e a privacidade de ambos, aspecto previsto desde a idealização da iniciativa. Também pela plataforma, semanalmente, os psicólogos voluntários se reúnem para discutir suas percepções em relação aos atendimentos e, dessa forma, entender o novo momento em que a psicologia se encontra, permitindo o desenvolvimento de um estudo sobre o assunto. 

A ferramenta utilizada para a análise dos dados agregados sobre volume de sessões, entre outras informações, é o Power BI. Ela também permite que os idealizadores do projeto possam visualizar quantas horas estão disponíveis para atendimento, quantidade de psicólogos disponíveis e de profissionais que solicitaram consultas. Com base nestas informações essenciais, eles avaliam se é necessário acionar mais voluntários para suprir a demanda ou não. 

De acordo com os idealizadores, a ideia do Aus Ouvidos não é ser uma terapia ou um tratamento on-line e, sim, um momento para a pessoa falar e ser escutada. O projeto é encubado na Associação MTAC, que conta atualmente com 215 profissionais de tecnologia da informação, localizados em 9 países e com habilidades comprovadas em todas as plataformas da Microsoft. 

O Aus Ouvidos nasceu a partir de uma iniciativa para criação de uma solução à prevenção do suicídio, envolvendo um conjunto de soluções tecnológicas baseadas em Inteligência Artificial (IA) da Microsoft, com abordagens psicológicas específicas para reconstrução de laços. Para isso, conta com uma equipe multidisciplinar que atua na construção de uma escuta qualificada para promover o fortalecimento desse relacionamento, com o objetivo primordial de prevenção de suicídios e resgate de vidas. 

Assistência virtual – resposta 

Plataforma on-line conecta fabricantes de EPIs a profissionais de saúde 

Seguindo a missão de empoderar cada pessoa e cada organização do planeta a alcançar mais, para que assim possa ajudar no combate à COVID-19, a Microsoft disponibilizou gratuitamente por seis meses a oferta de Power Apps, Power Automate, Power Apps portals e Power Virtual Agents para clientes nas áreas de saúde, educação, ONGs e governos. 

E, como o aumento do número de casos de COVID-19 fez crescer a demanda por EPIs em todo o país, a Microsoft firmou uma parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), e a Radix foi a parceira escolhida para a criação do EPIMatch, uma plataforma para diminuir a distância entre os profissionais de saúde e insumos como máscaras, aventais, luvas e óculos de proteção, entre outros itens. 

A solução permite, por exemplo, que um hospital encontre mais rapidamente os fornecedores que precisa para obter os equipamentos de segurança para quem está na linha de frente dos serviços de saúde. Ela reúne em um único ambiente virtual hospitais e instituições públicas que precisam de EPIs hospitalares e empresas que produzem ou importam esses itens. 

Para utilizar a plataforma, basta acessar o site e, no caso das instituições, fazer um cadastro como Demandante ou, no caso dos fabricantes, como Ofertante de EPIs. Com acesso ao portal, o interessado pode pesquisar em qual região do país há oferta ou demanda de equipamentos, quais tipos e se estão cadastrados para compra ou venda. Após a localização, as partes entram em contato para negociar. O cadastro é gratuito, simples e intuitivo, e pode ser realizado por Pessoa Física ou Pessoa Jurídica. 

O EPIMatch utiliza o Power Apps, plataforma de desenvolvimento da Microsoft baseada em nuvem e que tem como objetivo facilitar a criação de aplicações e automação de processos, entre outros recursos. Além da doação da tecnologia, a empresa doou recursos para o desenvolvimento e a implantação da solução, realizada pela Radix. A plataforma conta ainda com o apoio de entidades como a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (ABIMO), a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), a Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho (ANIMASEG), a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI) e a Associação Brasileira de Engenharia Clínica (ABECLIN), além de diversas instituições públicas e privadas.